Olhares Palavras Momentos

segunda-feira, janeiro 29, 2007

sexta-feira, janeiro 26, 2007

esse intervalo que falas

Mas quem és para me dizeres o que seja? Onde estavas quando precisei de uma palavra (essa sim importante, o momento interessa tanto como o que se diz então, não sabias?) de amigo que fosse? Vai à merda com as tuas razões que a mim não fazem falta. Não levas mais do meu sangue que uma promessa de recusa. Não vale a pena voltares após esse intervalo que falas, não serei quem conheces (também e porque somos somas de diferenças, ausentamo-nos e perdemos a gestão dessas distâncias, cada uma microscópica, até perdermos quem é nosso, quem nos teve. Nem sequer a ausência precisa ser física, basta olhar mais vezes a televisão que ela que ele, ou o jornal, ou o silêncio no instante errado, tal é diáfana a possibilidade dessa perda). O mundo segue em frente, tu ficaste, e eu nele e os meus olhos e os meus dedos sem anéis e a vontade de gritar de querer viver. Tudo meu que sobrou levado nessa estrada sem olhar para trás.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Não posso mais com generalidades

Porque ainda te oiço? Como adivinhar nos teus lábios a verdade (ou pelo menos o engano sincero que é a tua verdade) daquilo que te convém dizer neste ou naquele momento? Vejo-te os olhos e nada de antes lá está. Ou se está, ficou escondido, perdido nessa tua gestão de contista, de menestrel fora de prazo que se vislumbra na repetição das tuas desculpas. As razões não as conheço, apenas tenho o bode expiatório da passagem dos anos (quantos foram estes anos? não me lembro) que de pouco serve já que serve para tudo. Acho-me a mesma mas não me consigo olhar nos olhos por um espelho. Os meus (todos os olhos) conhecem-lhe os enganos, não se dão num reflexo. E tu, como me poderias dizer o que verdadeiramente achas, se nessa hora não for o que verdadeiramente queres (que é levar-me para a cama, ou jantares calado pedindo o sal num esticar de braço como se fosses mudo ou eu surda para te ouvir ou, ainda, depois e à noite, a deixar-te ler a bola ver a bola ouvir a bola)? Como desabafar com uma pessoa outra que compreenda, que te conheça - não - que nos conheça como somos e como fomos? Onde resta alguém assim? Não posso mais com generalidades. Sobro eu e miseravelmente tu. Antes pensava que me cercavas de silêncio mas creio agora ser ele que nos encerra.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

sábado, janeiro 13, 2007

Quanto do teu cheiro

Todos os dias desces a rua sem olhar para os lados. Não vês, não queres, ver a Rosa na sua varanda de azulejos partidos e descida nos lençóis brancos de lavados, a que te deu tudo aquilo que alguém pode dar mesmo sem antes ter. A Rosa que de dívidas ficou com as tuas e não só as de dinheiro (mesmo que difíceis, há sempre quem as saiba ou possa saldar) mas de desamor principalmente. Quantas vezes te deitaram esses lençóis que por baixo agora passas? Quanto do teu cheiro se encontra lá ainda e após dias de máquina? Quanto de ti não soubeste levar? Nem o silêncio envergonhado apaga aquilo que se diz nem as memórias, mesmo as tuas, se lavam.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Posts Anteriores