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quinta-feira, maio 24, 2007

mas és tu que lhe dás distância

O bailado encerra um mundo e um autor, já perdidos, que o fizeram. Na dança, entre muitos, tu e a parte que eu não sabia. Diz-me. Diz-me o peso a forma das notas que te levam (e trazem) de um lado ao outro deste palco que me detém. O corpo, teu, meu nos olhos que te seguem, percorre o rio dessa escura madeira pintada de luz. Toda movimento e expectativa, és instrumento da música, braços e pernas a carregar os versos recuados de uma soprano (mas és tu que lhe dás distância). Agarras nas mãos o silêncio do meu assombro.

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