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sexta-feira, julho 13, 2007

um sorriso que não explico

Passeio sobre o vento e pela praia que sobrou de anos atrás. Está frio, o sal das ondas no rosto, o grito afastado das gaivotas, o som dos barcos que trazem homens e peixe. Pegadas de outros recentes e um senhor de cana de pesca, imóvel na sua paciência, enquanto passo. De resto o Oceano e um princípio de chuva. Subo as escadas e nas esplanadas vazias deste início de primavera, a meu lado, a afastarem-se, duas senhoras num negro de viuvez anunciada, braço dado em silêncio, atravessando mais um dia. Numa um xaile e duas sandálias gastas, noutra uma saia castanha e um sorriso que não explico, nas duas uma Sesimbra perdida que não conhecerei.

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