as horas escondidas de uma manga de casaco
Fim de tarde e a chuva lá fora, indiferente, no vidro. Silhuetas sombras personagens difusas no molhado da rua, pela esquerda ou direita e na certeza dos seus passos. Por vezes uma pára no teu olhar e volta para trás, outra observa o pulso e as horas escondidas de uma manga de casaco, outra ainda, parada, na ânsia (crês) de um encontro que tarda. Quase ninguém na tua loja nesse aconchegar construído e os anos a que vês, mais nítido a cada semana, o término (o que esperas? de onde te saem essas horas em que só tu te fazes companhia? que força te mantém de sorriso pronto ao próximo desconhecido?). São quarenta anos deixados neste canto da cidade, duas vidas deslembradas de suor e dias gastos, um jorrar de agonias a custo engolido. Observas a cadeira de veludo exausto onde o teu amor se sentava. Porque foste? é a pergunta que te cala o resto.
Olhares Palavras Momentos
terça-feira, fevereiro 17, 2009
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