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terça-feira, março 31, 2009

um querer de nuvem

Domingo. Paro o carro no semáforo da estação de comboios. Sente-se o outono nas poucas árvores despidas e no calor restado de um meio de tarde. No passeio um banco com gente sentada mas outros em pé, alguns reformados perdidos no tempo, um polícia que imagino no fim de turno e um abraço de namorados. Todos olham o céu (eu também). Nele um quase de pintura, um revoar de voos cruzados, um querer de nuvem nas centenas de estorninhos que se seguem uns aos outros. E aquele largo (tão ruidoso nos outros dias) reduzido à paixão relembrada de criança que nos nossos olhos a passarada se tornou. Foram um pontilhado de castanho num azul sem nuvens, um sorriso partilhado por todos e um minuto que se fez diferente.

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