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terça-feira, abril 14, 2009

Agora todas estas coisas são sombras

Os passos na sala e tu neles. As noites passam, esta como as outras, sem te ver neste emprego nocturno que vestiste. O museu em descanso dos gritos e da correria nas visitas das escolas, dos olhares dos visitantes que por desejo ou acaso se acolhem nestes corredores. Agora todas as coisas são sombras, próximas do esquecimento de quem as usou um dia, dos mortos que lhes reconheciam defeitos e agradeceres velados (quantas mãos passadas, quantos filhos vestidos neste tear?). Olhas para fora e dois carros atravessam as luzes na estrada. Parou de chover há pouco e atrás de ti um fio de vento. Pensas em como odiaste a ideia deste emprego. Pensas como o barulho da TV, do rádio, do futebol, das discussões do café te adormeciam. Pensas.

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