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terça-feira, maio 12, 2009

de olhar estendido

Passo pelo tempo nestas esculturas de milénios. As paredes que ainda sobram, as desmedidas colunas, o obelisco possível no centro do templo. Nisto tudo uma camada quente de areia e memória dispersa. O Antigo Egipto vê-nos morrer, uma geração após outra, cada único presente refeito em passado, cada palavra destituída, cada sonho perdido. E eu ele nós turistas de cem línguas diferentes em semana apertada a observar-te, a fingir nesta passagem que te entendemos (saímos de Karnak para a estrada destes dias e na parede, numa fina sombra do sol de almoço, a criança um rapaz seis sete anos indiferente à gloriosa história na qual se apoia e de olhar estendido à minha mão).

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