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terça-feira, maio 05, 2009

num degrau a ver este rio passar

São gritos a envolver a madrugada, são gente que de iguais têm tudo, lágrimas por chorar, promessas por cumprir, gestos por dar. É chegada a guerra, o sangue ao branco da neve, o sufocante rumor da artilharia. São as ruas a esvaziar a cidade, cem mil sonhos desfeitos a passar por portas e janelas já fechadas. É o carregar de dinheiro comida roupa caixas grandes pequenas, um velho e o seu quadro (de uma mulher e um piano desbotados na chuva que desce), outro sentado num degrau a ver este rio passar e ali um cão perdido. É no cais onde todos param e esperam. Ela fala como se fosse um até logo mas nos teus olhos de soldado o barco que chega e na tua mão a mão dela.

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