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terça-feira, maio 19, 2009

peças de dominó

O jardim, parece, cresceu. Estás perto dela mas de mãos separadas ainda no passeio limpo há pouco, numa fresca manhã de Junho sobre o verde restado neste centro de cidade. No parque, crianças a brincar (eram duas mas junta-se uma terceira seguida por uma senhora que na cara e no cansaço daquele sorriso um talvez de avó), alguns pássaros na procura das migalhas de pequenos-almoços passados, os velhotes do costume a cercar peças de dominó, pontos negros cruzados em marfim falsificado, risos e contrários inesperados no fluir do jogo. Perdes-te neles todos enquanto o silêncio vos separa. Sentas-te ao pedido dela. Quer falar sobre a distância daquela troca de palavras, sobre (ainda) qualquer coisa que não estimas. Querias responder-lhe num costume de abraço mas, imóvel, esperas (e nessa espera, aquela avó a ler o mesmo livro que leste ontem).

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