A tua solidão na minha
Sente-se, por favor, sente-se que eu trago alguma coisa para comer. Do que gosta? Posso tratá-lo por tu? Do que gostas então? Também eu tenho boa boca. E sim, também gosto do teu sorriso, já te vira nele durante a semana passada quando chegaste à aldeia, neste cinzento escurecido que ninguém de fora se lembra. Passam cá, quatro em quatro anos, uns carros coloridos agitados, cheios de gente que está noutro lado, a olhar o futuro que querem ver. Fora isso, nem o padre se lembraria deste canto se não lhe entretecem os olhos caídos de Helena, a menina do Conde. E vieste tu, com o teu riso determinado para arranjar a velhice desta terra, a pintar-nos nas mãos as cores do progresso, na tua ânsia de agarrar qualquer mundo que te passe na frente. Tão diferente que és desta... O que dizes? Solidão? Sim, é disso que se revestem estas casas. Vem no vento que passa, na geada que fica. Vem no silêncio velado destes ombros, meus, há muito tempo não tocados.
Olhares Palavras Momentos
terça-feira, julho 07, 2009
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