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quinta-feira, outubro 15, 2009

um brilho perdido na madeira deste barco

A linha do céu para sempre distante nos teus olhos. A expressão das nuvens que caem na chuva, breve, a molhar o barco. O canto da terra no voo das aves. Tudo isto alegra esses rostos fechados na noite e na pesca que vos defende. O que da apanha é mais que sustento? O que do mundo vive para lá das fronteiras da vossa vida? Fazes tempo sentado a cuidar da rede (esses nós atados juntos, essa força na multidão de cordas frágeis, estes detalhes que acarinhas, o que te dizem? Serão vocês os nós ou o espaço que os separa? o que ainda desta rede por arranjar se aprende?). As horas passam no balouço que é nome para a mansidão latente das águas e tu sem palavras, essa rede nas mãos e um brilho perdido na madeira deste barco. Nunca viste o fundo do mar mas imagina-lo como a solidão que te inunda.

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