são Romas, Zuriques
O som dos que vão e vêm, passos e sacos carregados no ambiente estável de aeroporto. Divides-te entre o relógio e o placar que reporta os aviões chegados, o futuro das próximas horas descrito em números, letras, nomes de cidades, são Romas, Zuriques, Luandas, Rios de Janeiro a cruzarem o ar para fazer-se à pista. Tão comum este regurgitar de pessoas, de destinos opacos embrulhados em malas (verdes, vermelhas, azuis de tamanhos diversos, um aviso essa imagem fácil de diferença que nos previne a mistura. Quão mais difícil é adivinhar os tons nossos, os de dentro?) e tu nelas a deixá-las passar, indiferente aos rostos enquanto não vem o dela. Os minutos passam, o placar muda, eis que chegam em filas iguais às outras, mas aquele chapéu amarelo que se adivinha, que disse que traria e que a separa e ilumina. Levantas-te e ela junto a ti parada, pela primeira vez não separados por telefone ou entre letras de teclado. Não dizes nada porque não consegues, não dizes nada porque tudo em ti num primeiro abraço.
Olhares Palavras Momentos
sexta-feira, dezembro 04, 2009
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