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quinta-feira, fevereiro 25, 2010

outros passares despercebidos

Nesse teu passo pesado cada degrau um episódio, um momento de fim se caíres, um desafio à velhice, tua, que rejeitas. E chegando abaixo uma torrente de outros que vão e vêm no dia que termina, um mural de rostos fechados que não conheces (tanta gente numa cidade, tanto mistério encerrado neste milhão de vidas). Avanças como podes no contra-trânsito de trabalhar nos subúrbios, apanhar a tua linha azul e escapar num buraco mais adiante. Outros rostos outros corpos roçados outros passares despercebidos e tu nessa milésima viagem repetida a conheceres já os bancos, os defeitos das paredes, os tempos que te levam de A a B, até algumas pessoas de tanto partilhar distâncias mas sem saberes nomes de ninguém, sem saberes nada de importante excepto que, quando parares, quando saíres destes dias, serás tanto como uma pedra a menos na calçada.

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