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quinta-feira, maio 20, 2010

é sempre de alcatrão a estrada que te arrasta

Nesta monotonia em pacotes de 24 horas tu sentado de novo no autocarro. No caminho igual os mesmos carros, as mesmas pessoas nos trilhos cruzados de vida, o mesmo céu ou as mesmas nuvens. É sempre água que chove, é sempre de alcatrão a estrada que te arrasta, é sempre o mundo que roda a levar-te. Na paragem do costume a multidão que entra e nos mesmos instantes tudo se enche num apertão de gente, de braços levantados em distâncias de pessoas. As travagens que se sucedem (e nesse balançar não te lembras se vais para casa ou para o emprego tal é o normal solitário do teu costume, indiferenciado, entre as folhas que ordenas na repartição e as outras a custo viradas nas viagens de romance) e quando a multidão sai para entrar no barco que as carrega ao rio, nesse espaço vazio ou quase, reparas agora no sorriso antes escondido da mulher que te pergunta, por exemplo, as horas.

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