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sexta-feira, maio 07, 2010

na tua voz ao telefone, tudo é distância

Deixas recados, pedaços de ti escritos no meu caminho. Para ti são portas abertas de um novo tentar. Para mim, ecos, promessas de retorno a um passado desvalido. Nas tuas palavras, na tua voz ao telefone, tudo é distância, tudo é revisto, retentado, tudo sombras de um quarto escuro em que entrámos os dois mas eu saí. E nesse ralo que fizeste (ou fizemos, tanto me faz a gestão das culpas) tudo se transforma em cobrança, em cheques brancos sem validade (e como desespera essa repetição). Um sentimento construído esta escolha de indiferença ao forçar-me a não te ver. Um sentimento construído porque tudo o resto destruído em vagas. Não se vive assim, sem um mínimo de paredes.

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