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quinta-feira, junho 17, 2010

que rosto teu nessas histórias?

Arranjas na toalha a procissão de pratos, talheres e acessórios outros para o almoço que começa já atrasado. Nesta casa emprestada, neste lado de monte apontado a sul sobre o verão que vos recebe, tu à espera que ele saia do escritório. De tanto amontoar folhas (na velha máquina de escrever, lenta, uma companhia, um sentimento preso que o recusa à compra de computador, quarenta anos a premir nela as mesmas vinte seis letras gastas) de tanto erigir esse ritmo diário que o deixe livre do mundo que lhe vai lá dentro, que tamanho ficaste tu? que sobra nas obras que de ano a ano saem em alegrias literárias de desconhecidos? que rosto teu nessas histórias? E abres a porta para o chamar e naquela quietude ele a sorrir-te entre uma página e os teus olhos.

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